O algodão orgânico do Ingá: uma iniciativa que une o ecossistema têxtil

O DNA sustentável está nas empresas Cataguases e Dalila Ateliê Têxtil desde as suas origens. E é justamente esse DNA que as incentiva a contribuir com iniciativas socioambientais de maior significado, como o projeto Algodão Orgânico da Paraíba, iniciado por ambas as empresas, em conjunto, no ano de 2020.

Produzido na cidade de Ingá, no interior da Paraíba, e outras localidades em seu entorno, o algodão é cultivado sem agrotóxicos e livre de substâncias nocivas ao meio ambiente e às pessoas. 

Esse é um projeto que tem como eixo central o impacto positivo no desenvolvimento da agricultura familiar local. Por muitas vezes, o consumidor final não imagina que o algodão passa por tantas mãos e, neste projeto especificamente, atua como fio condutor para resgatar a dignidade de um povo através do trabalho duro no campo, resultando em uma produção orgânica limpa e transparente. 

Nos últimos anos, Cataguases e Dalila investiram mais de meio milhão de reais em financiamento para montagem da usina de beneficiamento na comunidade, além de mais de quatro milhões de reais em compras de algodão nas últimas duas safras, o que possibilitou a expansão do plantio de cinco para 46 hectares e a ampliação de 38 para 60 sessenta agricultores diretamente envolvidos no processo de plantio e colheita do “ouro branco”. É relevante mencionar que este trabalho só é possível graças ao envolvimento de diversas entidades civis e governamentais, incluindo o primordial apoio da prefeitura do Ingá/PB.

Além das empresas se comprometerem com a compra integral de todo algodão produzido, apoiam a cooperativa no enorme esforço de estruturar – praticamente do zero – uma algodoeira (usina de beneficiamento do algodão), visando impulsionar a transformação da comunidade de Ingá em um polo regional. Este investimento possibilitará um novo salto de produtividade de 225 para 4 mil quilos de pluma de algodão beneficiado por hora. O que era beneficiado em oito meses pelos agricultores, agora acontecerá em apenas 72 horas. Isso gradativamente abrirá espaço para a ampliação da área plantada da fibra orgânica no entorno daquela região.

Valorizando o cultivo familiar e alinhando a cadeia têxtil nesse ecossistema, as empresas fomentam um conjunto de boas práticas para assegurar o crescimento sustentável, permitindo que a médio e longo prazos consigam viabilizar maiores volumes de tecidos e malhas sustentáveis, feitas com o algodão orgânico plantado e colhido por famílias locais, vendidos a um preço justo, despertando cada vez mais o interesse do consumidor em torno destes produtos e fazendo girar a roda do desenvolvimento sustentável.

Grandes marcos já foram alcançados neste projeto: em 2020, a produção de pluma foi de aproximadamente 6 mil quilos; em 2021, saltou para 24 mil quilos e, em 2022, para 95 mil quilos. Seguindo este mesmo ritmo, a previsão para o ano de 2023 é de 140 mil quilos de pluma. 

“Entendemos a importância de ter um processo rastreável desde a semente à peça em loja, e para atingir a transparência no projeto em todas as suas etapas, a matéria prima já conta com a certificação NOP (National Organic Program), um programa americano usado para garantir que toda produção está dentro do padrão de plantação orgânica exigido. Também estamos empenhando grandes esforços em busca da certificação GOTS (Global Organic Textile Standard), considerada o 

‘padrão ouro’ no mundo”, explica o CEO da Dalila, André Klein. 

Esta certificação atua nos mesmos três pilares que tanto Cataguases quanto Dalila consideram fundamentais: segurança, saúde e meio ambiente. Além de garantir o status de orgânico, a certificação exige critérios ambientais de alto nível ao longo da cadeia e atenção aos critérios sociais. E mais do que isso: abre caminho para parcerias com marcas globais que estão em busca destes produtos sustentáveis.

De acordo com o CEO da Cataguases, Tiago Peixoto, o grande sonho é construir uma cadeia efetivamente sustentável a longo prazo. “Um projeto que ao mesmo tempo valorize o agricultor familiar de pequena escala – dando condições para produzir com mais qualidade aquilo que é o sustento deles – e viabilize a entrega de um produto que consiga traduzir os atributos de qualidade, rastreabilidade e transparência”, vislumbra Tiago. 

SOBRE A CATAGUASES

Fundada em 1936, a Cataguases é a mais completa plataforma produtiva de tecidos planos no Brasil, com um modelo verticalizado, passando por fiação, tecelagem, beneficiamento e confecção. Também possui um estúdio de criação e desenvolvimento em estamparia, fios tintos, maquinetas e tecidos em diversas construções. Possui capacidade para produzir aproximadamente 27 milhões de metros lineares de tecidos por ano, exporta para mais de 30 países e atende os principais grupos de moda nacionais, como Grupo Soma, Veste, Inbrands, Arezzo&Co, Renner e C&A.

Tiago Inácio Peixoto, 38 anos, representa a quarta geração da família que fundou a Companhia Industrial Cataguases. Ingressou na Cia como diretor comercial em 2017 e assumiu como CEO em janeiro de 2022, sendo o executivo responsável pelo novo branding da empresa, hoje conhecida como Cataguases. Possui a missão de posicionar a Cia para além de uma fabricante de tecidos, agregando valor aos clientes através de um ecossistema completo de produtos, serviços e soluções em fios, tecidos e vestuário no mercado da moda brasileiro e em mais de 30 países.

SOBRE A DALILA 

Dalila Ateliê Têxtil – Corpo de Indústria, alma de Ateliê. 

Com um olhar orientado para o futuro, a Dalila tem como propósito inspirar e viabilizar a liberdade criativa na indústria da moda, a partir de investimentos em pessoas, tecnologias e sustentabilidade. 

Empresa Catarinense com mais de 31 anos de mercado, com expertise no desenvolvimento de soluções têxteis em malharia circular com diferenciação genuína. Atuando como protagonista em desenvolvimentos de malhas exclusivas, que encantam e suprem os desejos específicos de cada cliente. 


Com a capacidade produtiva de 600 toneladas por mês cria conexões com marcas referência do Brasil e de mais de 11 países da América latina. 

André Klein é o atual CEO da Dalila Ateliê Têxtil. Na sua gestão, ele promoveu uma verdadeira revolução de posicionamento estratégico, tornando a Dalila uma grande referência de atendimento ao cliente, qualidade, sustentabilidade e inovação. 

André é formado em administração e pós-graduado em processos e produtos têxteis, e já realizou cursos de especialização, como o de Gestão na Kellog School, em Chicago. Tem mais de 20 anos de experiência no ramo têxtil, e atua há nove anos na diretoria da Dalila Ateliê Têxtil em contato direto com clientes, fábrica e fornecedores, tendo uma visão ampla do mercado no geral.

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